sábado, 24 de janeiro de 2009




Para inaugurar este blog gostaria de postar aquela que, por muito pouco, pouco mesmo, seria a maior sapatada de todos os tempos!! O Sr. George W. Bush não poderia voltar ao Texas sem essa, mas não se deve deixar de colocar aqui a "ginga" bem no estilo brasileiro do presidente americano, que o salvou de levar uma sapatada....

Agora, o coitado do repórter iraquiano (que deve ter apanhado tanto que nem deve se lembrar do seu próprio nome!) não fez tal ato por acaso....Muitas pessoas ao redor do mundo devem ter a mesma vontade de jogar um sapato naquele que, por motivos que não se sustentaram, invadiu a soberania de um país em nome de alguns milhões de dólares.

Acredito que o próprio povo americano deve ter desejado que aquele sapato tivesse acertado seu alvo, visto a grande rejeição que o povo americano tem para com o seu governo (índice este estimado em 67%), mas a culpa será somente dele?
No capítulo XVI do Leviatã - Das pessoas, autores e coisas personificadas - Thomas Hobbes afirma, logo em seu primeiro parágrafo que " Uma pessoa é aquele que cujas palavras ou ações são consideradas quer como suas próprias quer como representando as palavras ou ações de um outro homem, ou de qualquer coisa a que sejam atribuídas, seja por verdade ou ficção". E no parágrafo seguinte conclui: " Quando elas são consideradas como suas próprias ele se chama pessoa natural. Quando são consideradas como representando as palavras e ações de um outro, chama-se lhe pessoa fictícia ou artificial".

Podemos assim afirmar que, George W. Bush enquanto presidente americano, era uma pessoa artificial, pois foi eleito através (e até onde se sabe!) da vontade do povo que o colocou lá para o representar, defender seus interesses. E foi em nome destes interesses que ele invadiu o Iraque, afinal havia uma forte suspeita de que aquele país estar fabricando armas nucleares e que até hoje não se confirmaram. Será que essa rejeição do povo americano com seu presidente faz sentido? Hobbes no mesmo capítulo afirma também que " Quanto às pessoas artificiais, em certos casos algumas de suas palavras e ações pertencem (grifo do autor) àqueles a quem representam". Pode-se afirmar que, através da visão de Hobbes, tudo o que foi praticado pelo seu presidente em oito anos de mandato teve o apoio e o consentimento do seu próprio povo, que agora o rejeitou; consentimento esse que foi dado nas urnas. Será que ao reelegê-lo o povo não sabia quem estava colocando para o representar? Citando mais uma vez Hobbes vemos que : " Portanto aquele que faz um pacto com o autor ou representante, sem saber que autoridade que ele tem, fá-lo por sua conta e risco."

O povo americano tem sua parcela de culpa? Qual é o tamanho dela? De acordo com a visão de Hobbes, as barbaridades cometidas pelo seu presidente no tempo em que esteve a frente da nação, nos leva a crer que a culpa é total. Será? Sabemos que Hobbes como absolutista que foi, jamais iria diminuir aquele que fora escolhido para representar uma nação, pelo contrário, afinal como diz aquele velho ditado: "A corda sempre arrebenta do lado mais fraco!". Mas não podemos também deixar de ver a grande importância de suas palavras nos dias de hoje. Elas nos levam a refletir a tamanha importância que possui um voto num país que o troca por uma cesta de alimentos. Muitos nem se lembram em quem votaram na última eleição, por exemplo, você que agora lê este texto se lembra do seu candidato a vereador? prefeito?Lá nos USA colocaram o Sr. Barack Obama (com o status de salvador da pátria), Se ele vai conseguir resolver o problema que têm em suas mãos não se sabe, mas pode-se afirmar que a cabeça do povo americano mudou, demorou...mas mudou. E a nossa?

2 comentários:

  1. Eu até então achava que o Bush era um completo inútil; estava errado! Ele pode não saber governar um país, mas sabe desviar de um sapato como ninguém! A expressão que ele Bush fez na hora em que o jornalista estava com o sapato nas mãos, pronto para jogá-lo, me lembrou muito a cara que o goleiro Dida (com os olhos bem arregalados), nos seus tempos de Corinthians, fazia no momento em que saltava para defender um pênalti. Mas realmente é uma pena que o sapato não tenha pego na cara do Bush aha!

    E ah, antes que eu me esqueça: Corinthians campeão da Copinha!!!!! Uhú!!! Nesse time estão os futuros craques do nosso país aha!!! E foi só um aperitivo para 2009 hein!!!

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  2. Agora um comentário decente aha... bom, eu não saberia dizer se a cabeça do americano realmente mudou. Não acho que a eleição de Obama significa uma "guinada à esquerda" por parte do eleitorado norte-americano... acho, na verdade, que a vitória de Barack Obama representa muito mais um desgaste da gestão Bush, um "cansaço crônico". Mais isso do que "uma tomada de consciência". Porque a rejeição que nós, fora dos EUA, temos por George Bush, é diferente da rejeição do norte-americano. O mundo rejeita Bush por se opor à guerra em si, por achar que a invasão ao Iraque é uma atitude imperialista. Dentro dos EUA não... Saddam Hussein era de fato visto como um inimigo e a rejeição por Bush se dá porque "ele não conseguiu resolver a guerra", isto é, por conta da guerra ter sido um fracasso. Se ela tivesse sido um sucesso, Bush não estaria sendo rejeitado nos EUA. Já fora dos EUA, a rejeição se daria de qualquer maneira. E o problema não é só a guerra, mas também a crise, o desgaste que provoca o (neo)liberalismo. O americano não deixa de ser, "em espírito", neoliberal, mas também foi - sem que ele tenha plena consciência disso - o neoliberalismo quem provocou todo esse desgaste com Bush, até porque a crise atual é fruto desse neoliberalismo. Da mesma forma, a eleição de Lula em 2002, aqui no Brasil, não denota necessariamente uma "mudança de caráter ideológico" por parte do eleitor brasileiro. Mas sim também um desgaste com o neoliberalismo de FHC, que nessa de privilegiar a "liberdade de mercado" acabou ajudando a deixar o Brasil numa draga desgraçada. Em suma: a guerra e o neoliberalismo são sempre muito desgastantes. Uma postura de estado presente nas questões econômicas e voltado para políticas sociais é mais do que desejável! Lula, embora eu tenha muitas críticas ao atual presidente e ao PT, foi muito mais para esse lado do que FHC. E a tendência é que Obama vá também mais para esse lado do que Bush.

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