terça-feira, 17 de agosto de 2010

O problema do Mal na ótica de Santo Agostinho

 Peço licença aos leitores deste blog para colocar alguns textos que meus alunos de ensino médio irão trabalhar em sala de aula, no entanto, é também uma forma de fomentar debates sobre um tema tão polêmico tratado por Agostinho sobre a existência do mal. 
Os comentários com dúvidas e sugestões serão muito bem vindos!


O problema do mal

“Vi claramente que todas as coisas boas podem, entretanto, se corromper e não se poderiam corromper se fossem sumamente boas, nem tampouco se não fossem boas. Se fossem absolutamente boas seriam incorruptíveis, e se não houvesse nada de bom nelas, não poderiam se corromper. Com efeito, a corrupção é nociva e se não reduzisse o bem não seria nociva. Portanto, ou a corrupção não prejudica em nada, o que não é admissível, ou todas as coisas que se corrompem são privadas de algum bem; quanto a isso não há dúvidas. Mas se fossem privadas de todo o bem, deixariam completamente de existir. Se existissem e não pudessem ser alteradas, seriam melhores porque permaneceriam incorruptíveis. O que seria mais monstruoso do que afirmar que as coisas se tornariam melhores ao perderem todo bem? Por isso, se privadas de todo o bem, deixariam totalmente de existir. Portanto, enquanto existem são boas, e o Mal que eu procurava não é uma substância, pois se fosse uma substância seria um bem. Na verdade, ou seria corruptível e, neste caso, a menos que fosse boa, não poderia se corromper. Percebi, portanto, e isto pareceu-me evidente, que criastes todas as coisas boas e não existe nenhuma substância que Vós não criastes. E porque não criastes todas as coisas iguais, todas as coisas individualmente são boas, e em conjunto são muito boas, pois Deus viu que tudo que havia feito era muito bom. (Gênesis, 1,31).” (Conf. VII, 12).

Questões para resolução e debate em sala:

1) Por meio de que argumento Santo Agostinho procura mostrar que o Mal pressupõe a existência do bem?

2) Como santo Agostinho define o Mal neste texto?

4 comentários: