Sinopse: Domenico De Masi e Frei Betto debatem sobre alguns dos temas da pós-modernidade do avanço tecnológico à sociedade de consumo, da educação à filosofia, da teologia à política. Com pontos de vista ora coincidentes, ora conflitantes, mas muitas vezes complementares, ambos oferecem uma explanação sobre os rumos da humanidade, questionando de que forma as escolhas do presente estão construindo o amanhã que se anuncia. Mediado pelo psicanalista e educador José Ernesto Bologna.
"Agora alguns educadores - mas isso, infelizmente, ainda vai demorar a chegar no corpo escolar - estão descobrindo o que chamo de visão holística da educação. Educar não é formar um profissional qualificado, é formar um ser humano qualificado. Nesse sentido, a escola tem que saber se inserir no convívio social, mas também saber nos educar com um olhar crítico perante essa sociedade. Se a escola não for um laboratório de análise crítica da sociedade, ela estará fadada a ser uma mera reprodutora do sistema".
Sinopse: Por que ter esperança de que 'dias melhores virão'? Em que se basear para acreditar que 'amanhã será um lindo dia / da mais louca alegria', como diz a música? Frei Betto e Mario Sergio Cortella nos apresentam sendas e clareiras sobre o tema. Um caminho - se você quer ter perspectiva de futuro, conheça o passado - analise sua história pessoal, a história de sua família, de seu país. Uma clareira - na realidade massacrante em que estamos imersos, na qual imperam o consumo, o individualismo e a fugacidade, revolucionário é aquele que se mantém fiel a si mesmo, que tem a noção de pertencimento a um grupo, que é capaz de ser solidário. Em suma, é preciso resgatar o sentido original da expressão ser humano e fazer jus a ela em nossas ações, no cotidiano. Uma luta silenciosa (e que pode até ser lírica), mas que certamente requer o uso de toda a nossa capacidade de ter esperança.
"Com a queda do Muro de Berlim, a unipolaridade, a imposição desse modelo globocolonizante que está aí, o desemprego, tudo isso esgarça os tecidos de inter-relação que possibilitam a mobilização para um futuro melhor. Acho que hoje está se criando um caldo de cultura muito favorável à desesperança, em virtude da impotência, da incapacidade, da crença de que não vale a pena - ´para que eu vou me arriscar? Não vou me dar bem mesmo...´. Por esse motivo, temos mais dificuldades de incutir nas novas gerações um projeto comunitário ou coletivo em prol da esperança. Acho que esse é o desafio".
Sinopse: 'Pedagogia da autonomia' é um livro que condena as mentalidades fatalistas conformadas com a ideologia imobilizante de que 'a realidade é assim mesmo, que se pode fazer?' Para estes, basta o treino técnico indispensável à sobrevivência. Para Paulo Freire, educar é construir, é libertar o ser humano das cadeias do determinismo neoliberal, reconhecendo que a História é um tempo de possibilidades. É um 'ensinar a pensar certo' como quem 'fala com a força do testemunho'. É um 'ato comunicante, co-participado', de modo algum produto de uma mente 'burocratizada'. No entanto, toda a curiosidade de saber exige uma reflexão crítica e prática, de modo que o próprio discurso teórico terá de ser aliado à sua aplicação prática.
"Gosto de ser homem, de ser gente, porque sei que a minha passagem pelo mundo não é predeterminada, preestabelecida. Que o meu ´destino´ não é dado mas algo que precisa ser feito e de cuja responsabilidade não posso me eximir. Gosto de ser gente porque a História em que me faço com os outros e de cuja feitura tomo parte é um tempo de possibilidades e não de determinismo".
Rafael Issa é graduando em Filosofia na Universidade de São Paulo (USP) e formado em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).
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