sexta-feira, 10 de abril de 2009





UM BISPO CORAJOSO X MÍDIA/GOVERNO "DEFENSORES DA VIDA"





No mês passado um assunto de grande polêmica repercutiu em todo o país onde um padrasto (se é que pode ser chamado como tal) engravidou sua própria filha de apenas nove anos. Infelizmente este seria mais um de muitos abusos que acontecem com as nossas crianças se não fosse por dois motivos: O primeiro é que a gravidez da menina (como desgraça pouca é bobagem!) era de gêmeos e, portanto uma gravidez de alto risco, visto que a menina possuía apenas nove anos sendo assim necessário – na visão dos médicos que acompanhavam o caso – o aborto, visando salvaguardar a vida da criança. O outro motivo – que foi o que deu importância ao caso - é a posição da Igreja Católica com relação ao aborto e a sua defesa em valor da vida, que no caso em questão anunciava a excomunhão dos médicos e da família da menina caso estes optassem pelo aborto das crianças.
E o aborto aconteceu. A excomunhão também. E os ataques a Igreja considerada como “medieval”, “atrasada”, entre outros começaram. E não foram poucos, todos os tipos de meios de comunicação condenavam a atitude do bispo Dom José Cardoso Sobrinho da Arquidiocese de Olinda, por ter excomungado a equipe médica que participou do aborto das crianças e também a mãe da menina. Do palácio do Planalto o nosso ministro da Saúde José Gomes Temporão classificou a atitude do bispo e conseqüentemente da Igreja Católica como “lamentável” e o Presidente da República, o popular Lula classificou a atitude da Igreja como “conservadora”.
Com base em tudo isso que citei, convém agora refletirmos um pouco. A Igreja Católica tem – como já dito acima – em seu fundamento a defesa da vida e por isso que ela condena qualquer tipo de atentado a essa mesma vida desde a sua geração até a sua velhice. Seria meio estranho, e até contraditório, que o posicionamento da Igreja em favor do aborto destas crianças, pois, se ela defende a vida não a pode defender em alguns momentos e sim na sua totalidade. Esta semana ouvi que a posição da Igreja foi “exagerada”, ora se ela é a favor da vida não ter outro tipo de posição, não existe um meio termo, ou é ou não é. A Igreja antes de tudo confia em Deus, será que Ele não seria capaz de garantir de garantir a vida a esta menina? A Escritura Sagrada nos diz que Sara mulher de Abraão, concebeu Isaac já em sua velhice contrariando toda a sua natureza, visto que Sara ao ouvir a mensagem do anjo pôs-se a rir (Gn18, 12), ou seja, nem ela mesma acredita que poderia ser mãe; a mesma Escritura nos diz também que Jesus nasceu do ventre de Maria que era virgem, ela de uma forma totalmente diferente de Sara, ao ouvir a anunciação do anjo perguntou-lhe como isso se daria visto que era virgem, e o anjo ao dizer como ela iria conceber o menino, terminou a anunciação dizendo que “para Deus nada é impossível.” (Lc 1, 37).
O Estado Brasileiro, ao contrário não confia em Deus. Muito menos seus governantes, eles confiam na contingência da ciência. Quem é que pode me garantir que aquela criança morreria? Alguns podem dizer-me que eles são médicos experientes, com muitos anos de profissão e que esta mesma experiência lhes garantiria este fato. Eu responderia citando o cético David Hume, ele em seu livro Investigação sobre o Entendimento Humano, nos diz citando o exemplo de uma bola de bilhar que, ao dermos uma tacada em uma bola “A” e esta movimentar outra bola “B”, o fato de que isso sempre aconteceu, ou seja, que seja uma constante que toda vez que eu bata numa bola ela movimente outra, não significa, necessariamente, que isso irá sempre acontecer. Da mesma forma o fato do sol ter nascido todos os dias de minha vida até este momento, nada – absolutamente NADA – me garante que o sol irá nascer amanhã. É o hábito, o costume que me faz tornar necessário, aquilo que a experiência me coloca, Hume quer com isso afirmar que a necessidade não existe nas coisas e sim em nosso espírito.
Portanto, a posição dos médicos no caso desta menina no meu modo de ver é arbitrária, inconseqüente e acima de tudo irresponsável tanto do meu ponto de vista filosófico, como mostrei acima, como de meu ponto de vista cristão e católico, visto que para Deus nada é impossível. Em ambos os casos pode até haver posições contrárias, mas não podemos encontrar nenhum absurdo em ambos os pontos. Tomaram uma decisão da qual eles não poderiam garantir nada, se fundaram em algo contingente, mutável, com 99,9% de certeza, mas não 100%.
Nosso estado, pelo contrário, não é exemplo de garantia de vida para ninguém. Observando o ponto de vista de aspecto “superior” de nosso presidente e de nosso ministro da saúde, até nos dá a impressão de que nosso país é o melhor para se viver, um país justo e igual. Será? O ministro da saúde, que é aquele que adora distribuir camisinhas no carnaval, ou seja, não importa a idade para se fazer sexo, importa sim é estar protegido; ele ao criticar as leis da Igreja, não vê também que em nosso país as leis no âmbito da saúde sequer são cumpridas? Se você que lê este artigo, precisar de um hospital público deve reservar duas horas (pelo menos!!) para ser atendido, mas esse “ser atendido” ao qual me refiro não é um atendimento de qualidade que compensasse tanta espera, pelo contrário, esse atendimento é apenas primário você irá a uma outra fila, em frente a sala do médico desejado, e aguardar mais alguns instantes, que na maioria das vezes não são instantes. Nem vou citar o caso do Rio de Janeiro, que há algum tempo atrás, o mosquito da dengue foi mais presente que pernilongos em noites quentes de verão, e também aqueles casos onde as pessoas vão embora sem qualquer tipo de auxílio médico, isso quando não morrem na fila....Bom deixemos nossa saúde que não é “lamentável” quanto as leis da Igreja, pelo contrário, são bem humanas como nos exemplos que citei acima, ás vezes até acho que o povo reclama de barriga cheia, afinal o que é esperar duas, três horas para ser atendido de graça???? O que é uma picada de Aedes Egypti? Se depois de picado teremos um atendimento de qualidade...
Partindo da saúde, e refletindo sobre as leis criminais deste país veremos que o padrasto que cometeu esta barbaridade, daqui a alguns anos - se ele se comportar como um bom menino - estará solto novamente, pronto para estuprar mais alguém,vejam só como o nosso Lula tem razão em criticar a atitude da Igreja, afinal as nossas leis não são tão conservadoras quanto ás da Igreja, visto que as leis desta são milenares, já as do nosso Estado, referente nosso código penal é de outubro de 1941 (em comparação com as leis da Igreja não são tão conservadoras assim!!!). Assim, como temos um Estado justo, ele já prendeu o padrasto, conquanto que ele não tenha um bom advogado, pois sempre cabe algum Habeas Corpus...E não podemos esquecer que, até uma saída definitiva, ele poderá sair no natal, ano novo, dia das mães, dos pais, e vejam só até no dia das crianças!. Sem contar também que apesar de tantos casos de abusos contra crianças ainda não possuímos em nossa legislação, uma punição específica para a pedofilia, mas não podemos desanimar, uma hora ela aparece...
A mídia em si é ignorante não porque não possua pessoas preparadas para tal, até porque seríamos injustos em julgar o todo através de suas partes, mas sua ignorância reside no fato de que ela destaca notícias que sejam capazes de vender jornais e revistas, jamais encontraremos em uma capa de jornal tamanha exploração dos temas que citei acima referente a saúde ou a qualquer crime cometido, até porque há muitas “interferências” impedindo que isso aconteça. Mas, em meio a tantas críticas, o Bispo José Sobrinho mostrou o que a Igreja sempre defendeu e continuará defendendo: a Vida. Dessa maneira ela errou ao dizer que o Bispo excomungou tais pessoas, mas sim elas mesmas que, ao cometerem este duplo assassinato automaticamente se excomungaram, cabendo ao Bispo somente anunciar o fato. Da mesma forma, também o padrasto ao cometer tal atrocidade automaticamente se excluiu da comunhão da Igreja, mas nossa sociedade quer sangue, ela queria que também a Igreja se pronunciasse sobre este ato, como se ela não se importasse com ele. Mas uma questão muito maior estava em jogo, pois as vidas de duas crianças foram cruelmente dizimadas, elas não tiveram a chance de viver e por quê? Porque nossa sociedade, não toda mas a grande maioria, inclusive católicos, confia na medicina e na ciência. Não que não devesse confiar, pois ambas conseguiram grandes avanços que melhoraram e muito a qualidade de vida de muitas pessoas, mas a salvação de uma vida não pode e não deve acontecer pelo sangue de outra. O padrasto ao cometer tal fato, ele também se excluiu da comunhão da Igreja como os médicos que cometeram este duplo homicídio, mas o mundo não acabou para ambos; há a possibilidade do perdão, afinal Deus é amor.
Por fim, deixo uma questão: o que é pior o estupro ou a morte? Em qual deles há a possibilidade de um recomeço, mesmo que doloroso? A menina que foi brutalmente molestada, pode sim superar este trauma e viver...


Mas, e as crianças que ela esperava? Existirá um recomeço????












Um comentário:

  1. issu é ridiculo se desfaser de uma vida como se fosse um lixo as leis de deus é amar a seu proximo assim das coisas e retirar uma vida/se desfaser de uma vida naum tem amor nenhum !

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